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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

30° SEMANA GANDHI



...Conviver com homens é mais terrível que com os deuses. E ninguém conhece epopéia mais dolorosa que a de moldar, dia a dia, clara e verdadeira, a fugitiva condição humana. 
Não basta pregar: é necessário fazer, para que os homens se convençam. Não basta fazer entender: é necessário provar. No matrimónio do céu com a terra , se o céu pede à terra que suba, a terra exige que o céu baixe. Todos os mártires o sabem. E nenhum mártir se poupa.
...Em fotografias pálidas, entre notícias frívolas, com o anúncio reiterado dos jejuns, Gandhi ia sendo um hábito superficial, na informação de cada dia. Os homens não viam naquele corpo sem roupa e sem carne o despojamento do mundo, das ilusões, do fortuito e alienável. Não viam que aquilo ia se reduzindo ao pequeno barro de uma candeia para a qual o importante é só a luz.
Os homens não se lembravam de que aquela figura, esquema sucinto do homem em eterna vigília por uma humanidade melhor - era o que ensinara a Não-violência, a vitória da reflexão sobre o impulso, do espírito sobre a matéria, da vida sobre a máquina.
O texto acima é de autoria de Cecília Meireles, é trecho do discurso que proferiu no Ministério da Educação (Rio de Janeiro) na tarde de 02 de outubro de 1948, durante as comemorações do 79 aniversário do nascimento de Gandhi, nove meses após sua morte. Também é o postáfio do livro autobiografico de Gandhi - "Minha vida e minhas experiências com a verdade", publicado e distribuído pelo Consulado Geral da Índia e Associação Palas Athena no evento de abertura da 30° Semana Gandhi
O espetáculo aconteceu no dia 04, no Grande Auditório do MASP, que foi pequeno para o público que para lá afluiu. 
As apresentações de música, dança e poesia foram dignas da motivação. Artistas de street-dance e balé indiano, músicos excepcionais em tambor africano e cítaras, fizeram apresentações entremeadas por recital de poesias e textos do brilhante indiano que conduziu seu país a liberdade da suserania inglesa, pregando e praticando a não violência. 
A encantada platéia era o reflexo dos artistas no palco, muitos credos e cultural representados, cores e sons de uma Primavera cheia de graça na Avenida Paulista, em São Paulo - a colcha do nobre pano multicultural brasileiro. 


"Gandhiji, como nós indianos o conhecemos, estabeleceu um novo padrão de exemplo humano com sua integridade moral impecável e total devoção à causa da paz e irmandade. sua autobiografia não é apenas uma narrativa, trata-se de um livro sobre sua batalha para encontrar soluções a idéias conflitantes e resistir às suas próprias tentações, inclusive perante todas as adversidades inerentes a si próprio, encontradas na África do Sul e mais tarde na Índia. 
Gandhiji continuou sua luta para disseminar a sabedoria que ele obtivera por seu próprio esforço, entre seu povo e por conseguinte entre os povos de todo o mundo, até o dia em que foi combalido, em um ato insensível de violência. O fim violento À sua vida serve de lição a todos aqueles que buscam fazer deste mundo um lugar melhor para se viver, o que ainda está por ser feito, a partir da percepção dos ideais de Mahatma Gandhi, tão claramente a nós direcionados.
Durante esta minha breve estada no Brasil, estou muito impressionado com a admiração sincera e genuína demonstrada por tantos brasileiros, pelos ideais e ensinamentos de Gandhiji - que é a expressão mais apropriada do coração universal que bate tão forte dentro do peito da humanidade.
trecho da introdução do livro, declaração de Yogewar Varma - Cônsul Geral da Índia - www.indiaconsulate.org.br

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