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domingo, 14 de outubro de 2018

Não dá mais para contar com a memória curta popular

Desenvolvemos nossas vidas conforme podemos e conforme os meios ao nosso alcance permitem, quando vemos objetivos longínquos que desejamos alcançar, muitos de nós conseguem superar-se e chegam onde desejam. Quando estes objetivos são ideológicos ou materiais, e a vitória é alcançada, parte-se para a etapa da busca do compartilhamento do feito, é a aceitação geral que consagrará nossos feitos. 
A vitória à sós, somente em família ou no grupo restrito é limitada quando o sonho é o sucesso  abrangente e neste ponto estamos vinculados ao todo. 
O todo me dará seu reconhecimento?
Na nossa História universal vultos controversos foram aclamados pelos seus círculos de influência, mas permaneceram e tornaram-se admirados além das suas fronteiras aqueles que acolheram e propagaram a igualdade como sonho, aqueles que tiveram compaixão, mesmo quando promoveram guerras alegando defender estes ideais têm sido aclamados heróis e permanecem paradigmáticos numa sociedade global cada vez mais norteada por princípios de direitos humanos e que vê com antipatia aquele que prega o ódio como maneira de manter o poder ou reforça preconceitos inaceitáveis a irmandade global.
Nossos jovens estão hiper-conectados e embora muitos poderosos não se sintam pais de todos, os garotos se irmanaram através da web e falam todos a mesma língua emocional e alinham espíritos na ânsia da realização do mundo que vai sendo deles.
Se para chegar ao topo, um líder contemporâneo não precisou contar com a simpatia da comunidade dos meninos ele pode liderar no seu grupo, no seu círculo, mas não será amado e não durará nem tornar-se-a um herói ou paradigma.
Não é impossível reverter a situação, mas se ontem ele era retrógrado, sectário, belicista e preconceituoso, e mostrava o dedo do meio aos defensores de fonte de energias limpas ou renováveis, se chegou ao poder defendendo estas posições não vai contar com a simpatia de todos durante sua pretendida metamorfose, que será vista como engodo pelos que não toleram reacionarismos despóticos e ele também vai perder o apoio dos dinossauros que o elevaram ao poder.
Vai?
Talvez os dinossauros sejam mais maleáveis do que a moçada, já que é sabido que atravessado o cinturão de fótons nos primeiros anos do milênio, "nada mais será do jeito que já foi um dia", os poderosos notaram isso com mais precisão do que quem somente vai na onda das mudanças, pois para eles e seus mega-empreendimentos é vital acompanhar a temperatura da galinha dos ovos de ouro. Se aparece alguém representando-os e defendendo o antigo status quo, dando-lhes mais tempo para a transição nos negócios, bem, apoia-se, se não, serão os primeiros a fornecer as pranchas de luz para a nova modalidade de vida da instalação do nano no mundo.
O mundo da humanidade de memória curta acabou-se com a segunda pele que adquirimos no Google, e o medo da solidão alienante desapareceu com a possibilidade de carregar nossos amigos no bolso para onde formos. 
Como as empresas de mídia desonestas que viviam de enganar eleitores montando candidatos fabricados sobrevivem agora? Não sobrevivem, adapte-se ou desapareça.
Se uma pessoa pública defende direitos humanos em geral e a parte da pauta saudável LGBT e a ideia de que cada um cuida da sua vida amorosa, ela desfrutará da sua vida amorosa publica ou privadamente como queira e não será mais ou menos amada por suas escolhas no campo afetivo, mas se uma pessoa vence um grande pleito garantindo aos dinossauros a preservação de uma redoma de hipocrisia que nem mesmo os dinossauros acreditam ser possível manter, e pisa nos direitos humanos como se fossem cocô que não reconheceu antes de amassar com a sola, é muito provável que a moçada vá esperar que essa pessoa vitoriosa e solitária viva conforme os preconceitos que usou para aniquilar quem defendia a esperança de alcançarmos o quanto antes um mundo mais leve surfando em pranchas de luz. 

A Escrita Maia Decifrada, Paul Arnold

"Rejeitando as referências à China, cuja língua e escrita me forneceram a chave, tentaram e continuam tentando enquadras a cultura maia numa autarquia mesoamericana, núcleo de civilização auto-emergente, que se desenvolveu por si só. Desprovidos de todo elemento de comparação, procuram desesperadamente mediante simples induções, a significação dos mais de setecentos sinais.  Assim, em que pesem esforços consideráveis e dignos de admiração, a decifração ão chegou  a fazer progressos, com exceção de alguns detalhes, cada proposição, sempre aleatória, levantou imediatamente inúmeras contestações.
Ignorando preconceitos, tentei primeiro uma comparação possível entre o chinês(língua clássica e viva, e a língua mais "comum", conforme a analisaram, valendo-se de métodos modernos, Maurício Swadesh, Maria Cristina Alvarez e Juan Alvarez Bastarachea.  O resultado foi brilhante, a estrutura do mais, originária e fundamentalmente monossilábica, como a do chinês em sua essência - e não me prendo aos esforços desprendidos pelos sinólogos para transformá-lo num idioma dissilábico segundo as tendências atualmente observadas-, a sintaxe maia, a multiplicidade das funções do vocábulo, a construção, peculiaridades sem outro exemplo, tala necessidade do especificador inserindo entre o nome e as coisas enumeradas, o sistema verbal, cuja característica não está nos tempos, mas nos modos de duração e habituais, enfim, as primeiras sondagens lexicológicas, tudo me levava a uma certeza; as duas línguas ou grupos de línguas acham-se estreitamente aparentadas. Existe uma família de línguas sino-maias cujas normas fonéticas ás vezes são fáceis de distinguir, independentemente das identidades totalmente preservadas.
é o que se dá com o maia lab("velho") e o chinês lao("velho"); maia lub("descer, cair") e o chinês luo("descer, cair"); maia tub("expectorar, espirrar") e o chines tuo("expectorar, espirrar"), etc., ou então, pela nasalização do k ou c final maia: maia muc("cobrir") e o chinês mung, meng("cobrir"); maia hak("assustar-se") e o chinês huang("assustado"); maia tzic("obedecer") e o chinês ting("obedecer"), e outros mais, com uma rara estabilidade semântica, apesar de uma separação de milênios."

do livro de Paul Arnold - A Escrita Maia Decifrada, publicado no Brasil pela Editora Hemus

domingo, 7 de outubro de 2018

Ardil 22

A reação é que são elas!
Assistimos acontecer recentemente uma fase universal de espetacular conquistas sociais benfazejas através do reavivamento  dos princípios fundamentais e éticos, que florescendo na boca do maior líder mundial, beneficiaram seus liderados e se irradiaram  desde os Estados Unidos para o mundo durante o governo de Obama, que assumiu um país enfraquecido por uma guerra, pela crise do estouro da bolha imobiliária e através de uma retomada dos valores dos pais patriotas, que nortearam a fundação da nação americana, das conquistas ou a notícia das vitórias inclusivas aplainou arestas e equilibrou balanças como há muito não se dava ou nunca se dera, o menos não nestes patamares envolventes que o empoderamento popular da comunicação democratizada possibilitou.
Obama desenhou e começávamos a enxergar algo muito promissor, pôde um país de constante ação de movimentos racistas eleger um homem que para eles é negro, para nós brasileiros é pardo e portanto não oferece o caráter de ruptura na linha branca de poder que para eles significou sua eleição, pôde ele subir ao posto máximo e toda a humanidade respirou aliviada pela etapa superada, alivio que não significou pasmaceira, significou revolução de valores, empoderamento psicológico para os afro-descendentes de todas as plagras. 
Revimos nossos conceitos sobre sucesso mantido a respeito conquistado; Obama não aceitava provocações e fez um governo  sumidade respeitadíssimo pelos parceiros e temido pelos adversários. Então chegou Trump, a reação possibilitada pela velha ala republicana que ressentiu-se de tudo o que Obama fez, é e projetou, simplesmente por ele ter ousado abrir as portas ao mundo bater nas portas do mundo, e dado certo, houve esta crise de ciúmes e Trump ascendeu ao posto máximo universal como não conseguiria se os eventos que possibilitaram sua candidatura se desse na próxima geração, quando a próxima camada de poder de republicanos estiver comandando o partido.
Trump viu o nicho dos ressentido investiu nele e se elegeu representando a reação republicana da velha ala às "ousadias do governo dos negros", embora os afro descendentes ao avaliar o governo de Obama tenham declarado unanimemente que ele não os protegeu de forma especial alguma, que a questão cor da pele durante seu governo perdeu relevância sendo o enfoque principal para a questão de apoio às minorias, saúde social e respeito a dignidade humana em geral.
O país baliza da política e Economia e Politica internacional sendo administrado por uma estrela de luz potente fez dele um foco  de assombroso avanço no que interessa a todos, respeitos aos diretos do homem, condução pacífica dos negócios entre nações e avanços no reconhecimento da problemática do clima, que a todos afeta.
Foram oito anos de poder estruturado sobre a diplomacia dirimindo conflitos, sobre decisões serenamente avaliadas e consequentemente tomadas em que a máquina universal foi adquirindo o movimento que todos os pendentes de decisões dos poderosos sempre esperaram e sonharam, em um posicionamento firme e sensato que ia ajustando a equipe de trabalho pela Paz e crescimento consequente. 
Tudo o que dissermos sobre o governo Obama será coroado definindo-o como consequente universalmente. Seja lá o que Trump faça agora, ele já desceu os Estados Unidos da liderança global, podendo gerar guerra, confusão, depressão e crise, mas o feito especial do seu governo foi passar a liderança através da respeitabilidade a próxima nação paradigmática global.
Se os republicanos tivessem agido com a sabedoria do rei Salomão no julgamento da criança com duas mães...ao invés disso agiram para confirmar o vaticínio do velho no bordel do filme de Joseph Heller, Ardil 22.