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domingo, 30 de outubro de 2011

Kurosawa no Jã - É Hoje!

O fica na Rua João Moura , 2360, Vila Madalena.
Mais detalhes sobre a sessão Kurosawa pelo aquidajam@gmail.com

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Cultura de Paz - Centro de Cultura Judaica exibe Budrus

Para aumentar a imagem sobre o filme, clique sobre.
A foto acima foi feita no ano passado, apareço ao lado do General Mansour Abud Rashid, após a palestra que teve como tema "Aves migratórias como instrumento de pacificação em zonas de conflito" no Centro de Cultura Judaica. O General Mansour foi nomeado pelo Rei Hussein como oficial responsável pela elaboração de um acordo de paz com Israel, e também é o Presidente da ACPD (Aman Center For Peace And Development), organização não governamental  dedicada a promoção da Paz Global e cooperação entre a Jordânia e outros países.

Sobre outro General voltado aos esforços pela Paz, desta vez Manssour Al-Turki, o site http://ksu.edu.sa/sites/KSUArabic, transcreve a sensata fala do militar que, convidado pela King  Saud University, reiterou  sua posição  condenando o extremismo no pronunciamento intitulado "Grupo A Deviant - Meios e Métodos de Ilusão e Recrutamento":
"A apresentação do oficial de alta patente foi sublinhada por uma descrição de como as sociedades têm sofrido devido aos equívocos da juventude muçulmana do jihad. 
O General ressaltou que esses equívocos têm sido explorados por grupos extremistas hábeis em conseguir seus objetivos e servir os seus próprios interesses, usando os jovens muçulmanos. 
Essas práticas, frisou, veem, infelizmente, criando uma impressão negativa e extremamente distorcida do Islã em toda a comunidade mundial. 
Conscientes disso devemos observar a relação entre ideologia extremista  e terrorismo. Pode-se dizer que a ideologia extremista produz a motivação para realização do ato terrorista, que por sua vez produz mais pensamento extremista para justificar sua prática, para si mesmo e para os outros.
 
Estudo teem sido feitos ao longo dos últimos anos, e concluimos que os jovens muçulmanos que se juntam a esses grupos extremistas perdem o foco na vida, e esse vazio leva a procurar um sentido apenas no extremismo. 
Também, que o fanatismo religioso é um erro de devoção, leva à intolerância e uma visão da vida desprovida de lógica e compaixão
Aqui, o general apontou que um ato de suicídio que leva à morte de inocentes crianças, mulheres, mães e homens, é absolutamente estranho ao Islã e transmite à opinião pública mundial  uma impressão errada do Islã e dos jovens muçulmanos: As famílias e os educadores devem ensinar aos filhos e filhas o verdadeiro conceito de Jihad no Islã. 
Nossa religião de servir à Deus proíbe o assassinato.
Se alguém mata uma pessoa, é como se ele matasse todo um povo
.  
Nós não devemos deixar uma porta aberta para aqueles que exploram o desejo da nossa juventude em ajudar os países muçulmanos como Afeganistão, Iraque e outros, para que os enganem e os levem a acreditar em significados falsos de Jihad.
Ele pediu empenho para pregar moderação no compromisso religioso entre os jovens.
O Profeta, PBUH, tinha orientado-nos a fazê-lo, Vejo vossos rostos radiantes e  jovens, cheios de entusiasmo e esperança, me sinto extremamente feliz, mas sinto também a responsabilidade de mantê-los assim, de alertar para que não joguem fora o seu futuro e o futuro de nosso amado Reino, que evitem submeterem-se  àqueles que querem usurpar o seu talento e espírito livre. 
Eles querem mutilar a mensagem de nossa religião única e amada, 
a religião de orgulho, tolerância, compaixão e inteligência
Citando Surat Holy Quran Al-'Isra '[17:33], o general concluiu:  
Não matarás qualquer alma, cuja morte foi proibido por Deus, 
exceto por direito e se alguém é morto injustamente."
 

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Questões debatidas no período vizinho, pré e pós encarnação de Cristo

Pomar entre Saint Julien e Chabliz, França, maio de 2009
*A questão da preexistência das almas foi aceita por Orígenes(nascido na Alexandria, viveu entre 185 e 253) da forma como Platão havia ensinado, mas essa doutrina foi considerada herética pela Igreja porque era considerada contraditória.
*Considerando o neoplatonísmo, Orígenes fala em nous e alma, sendo esta o estado decaído da primeira; porém, quando redimida, volta ao estado original. A obra de Platão será muito estudada durante séculos após a sua morte, gerando outra corrente de pensamento;o neoplatonismo.
* Os escritos platônicos relativos à alma - Timeu e Fedro - foram aproveitados pelos primeiros padres, sobretudo, Santo Agostinho, que também se vale dos neoplatônicos, sobretudo Plotino.
*Embora Platão seja herdeiro da tradição onde prevalece a doutrina da transmigração das almas, esta ideia não foi aproveitada em sua íntegra pelos escritores cristãos, mas tão somente no que diz respeito ao seu retorno a Deus.
* Esse retorno a Deus - em Platão: conhecimento noético - ou seja, a contemplação da Ideia Perfeita - Deus - será chamado na teologia cristã de visão beatífica.
*Especial ênfase deve ser dada ao "mundo das ideias" de Platão, enquanto teoria aproveitada pela teologia cristã. Aquilo que chamamos de realidade empírica e sensível neste mundo nada mais é do que o pálido reflexo das ideias perfeitas e imutáveis que se encontram no mundo inteligível - espiritual. Esse mundo das ideias levou a teologia a chegar à noção de paraíso, onde estão as belezas universais e eternas, isto é, a beleza absoluta. Portanto as noções de belo e bom, enquanto verdadeiras ideias, serão atribuídas a Deus na teologia cristã.
* A ideia de "amor" pode ser encontrada no Banquete (Platão) e parte dela pode ser utilizada também na teologia, não obstante alguns teólogos refutarem fortemente esta idéias.
* Opinião de Santo Agostinho sobre Platão: ao se referir aos filósofos pré-socaráticos, Agostinho os chama de materialistas, mas considera Platão altamente espiritualizado, considerando que, na visão paltônica Deus é algo totalmente imaterial e incorpóreo; todavia, todas as coisas do mundo receberam sua forma de Deus, ou seja, de algo totalmente imutável. Este pensador considera também importante a postura de Platão ao dizer que a percepção não é a ponte da verdade (os sentidos podem enganar), pois temos um pálido reflexo das coisas (a República).
* Agostinho considera também os platônicos superiores na lógica e na ética e estão mais próximos do cristianismo. Ele elogia Plotino como sendo aquele que melhor entendeu Platão. considera também Aristóteles inferior a Platão, no entanto, está acima dos demais filósofos. em contrapartida, não aceita a posição de Platão e Aristóteles no sentido de que todos os deuses são bons e devem ser adorados.
Evidentemente, Agostinho tem uma postura monoteísta e não pode aceitar a existência de outros deuses.
* A cidade de Deus termina com uma descrição que os santos teem do Céu, contemplando Deus (a felicidade eterna). Isto pode ser entendido como o conhecimento no ético platônico.
* Ainda com relação à  ideia de Logus, já preconizada por Orígenes, uma ideia da filosofia grega pode significar ordem, um discurso que expressa a própria ordem e também a razão em sí. Esta foi uma maneira de pensar ainda na era pré-socrática, voltada para o agir prático na polis. Platão e Aristóteles desenvolvem este conceito. Para Platão: a essência das ideias e suprema ideia do bem. Ambos os conceitos são aproveitados na teologia cristã, principalmente por Agostinho.
* Platão divide a realidade em dois mundos (República), sendo um sensível que compreende tudo o que chamamos de real e empírico e outro que eterno e imutável, onde estão as formas perfeitas (ideias), enquanto dimensão incorpórea, mas sendo causa verdadeira do citado mundo sensível. Estas duas realidades estão também na Cidade de Deus, de Agostinho.
* Ainda com relação ao homem, encontra-se no Fedon (Platão) a visão de dualidade do homem em corpo e alma. esta visão faz parte da teologia cristã desde os seus primórdios.
* Platão concilia dois pensadores opostos: Eráclito e Parmênides. o primeiro fala do movimento de vir, enquanto que o segundo fala na imobilidade. 
Santo Agostinho, por seu turno, promove o diálogo do pensamento platônico com o cristão; mundo das ideias e imortalidade da alma com o paraíso e a ressurreição dos mortos. 
* Agostinho mostra que cada coisa foi criada de acordo com uma idéia específica que está na mente do criador, assim ele está em concordância com o mundo paltônico das idéias.

Fonte:artigo Idéias Platônicas Utilizadas 
Pelo Cristianismo, do professor Carlos Copelli Neto
para a revista Filosofia, da Editora Escala.

sábado, 15 de outubro de 2011

A Saudade Universal

A palavra saudade realmente não existe em outras línguas, 
não com estas letras.
Em japonês se diz natsukashi
Em macedônio, nedostatok
Em latim, daria para empregar desiderium
Em iogoslavo, jal
Em armênio, garod
Em alemão,  sehnsucht
Em russo toscá
Em árabe, shauck. 
O professor Napoleão Mendes de Almeida, registrou em seu Dicionário de Questões Vernáculas (Editora Caminho Suave) duas palavras árabes equivalentes a saudade: o aportuguesado chauque, de shauck, e hanin, palavra onomatopaica. Hanin, escreveu ele,  reproduz a voz da camela que ao chegar ao destino volta a cabeça na direção do lugar em que deixou o filho e expressa com o "hanim" alto, longo e sentido, o pesar do afastamento.
"Hanim, hanim!"
Extraído da Revista Língua, Editora Segmento

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

I° Plano Nacional de Cultura

Era final da tarde, Sergio Mamberti, Secretário de Política Cultural do MinC e os demais componentes da mesa do Seminário - Metas do Plano Nacional de Cultura, engatilharam-se para deixar o espaço atrasados em mais de uma hora para o compromisso seguinte. Entre os integrantes da mesa, Américo Córdula( diretor para estudos e monitoramento de políticas culturais do MinC), e Valério da Costa Benfica (Chefe da Representação Regional do Ministério da Cultura de São Paulo). O Seminário realizou-se na sala Guiomar Novaes, da FUNARTE, e a platéia foi composta por representantes de entidades culturais, artistas, produtores, empresários do ramos cultural e os integrantes dos pontos culturais da grande São Paulo.
Ao sinal de encerramento juntei meus pensamentos e saí correndo, que também tinha compromisso depois, não cheguei lá, perdi-me no caminho, em conclusões, confusões e endereços trocados. A Barra Funda ao anoitecer é final de feira, rápidos fios neurais do tecido urbano deslizam vermelhos faróis, farás, serás, porque, mas onde eu estava mesmo? Saindo do Seminário promovido pela Representação Cultural do MinC, elaborando, agarrada ao livro de poesias onde anotei tudo o que foi dito para contar para ti, e daquele dia em diante, cada vez que o abri para rever uma indicação, uma poesia me tomou, ainda agora, que busco a concentração, uma me desconcerta, decerto fala do tempo que se esgota para que entres no portal www.cultura.gov.br e faça tua contruibuição, dê um pitaco, um piti - que pelo que senti, aceitam bem democraticamente - sugira saídas, lance moda, comente a idéia alheia, mas não se negue, é participação essencial, esta tua, para que o Plano Nacional de Cultura tenha a nossa cara, venha a ser a mistura homogênea de nossas idéias, ideais, sonhos, e já que é Cultura, excentricidades, talvez...dirá quem não participar. Assim como os que criticam o acarajé e o queijo-minas elevados ao pódium do tombamento como Patrimônio Nacional, e não se mobilizam pela gastronomia como um todo. Mobilizar é chegar lá, escrever carta, procurar o representante. É compromisso deste ministério, asseguraram os representantes da mesa do Seminário, fazer valer a vontade da maioria. "A Gastronomia não se mobilizou, ainda assim está inclusa no Plano de Economia Criativa, Moda e Design se mobilizaram."
O portal te espera aberto de para à par, mas só até o dia vinte, e eu que queria tanto falar nele antes, andei amadurecendo poesias esquecida do prazo - até dia vinte de outubro!
"O tempo é um fio
bastante frágil.
Um fio fino
que à toa escapa.
O tempo é um fio
Tecei! Tecei!
Rendas de bilro
com gentileza.
Com mais empenho
franças espessas.
Malhas e redes
com mais astúcia.
O tempo é um fio
que vale muito.
Franças espessas
carregam frutos.
Malhas e redes
apanham peixes.
O tempo é um fio
por entre os dedos.
escapa o fio,
Perdeu-se o tempo.
Lá vai o tempo
como um farrapo jogado à toa!

Soltai os potros
aos quatro ventos,
mandai os servos
de um pólo a outro,
vencei escarpas,
dormi nas moitas,
voltai com  tempo
que já se foi!..."
Na margem desta poesia de Henriqueta Lisboa, escrevi que Ana Neri Castro, representando o Instituto Cultural de São Paulo, sugeriu que as reuniões das Representações Culturais de cada estado sejam transmitidas ao vivo via net para que possamos conhecer a cara real da cultura brasileira, disse que sentiu esta necessidade, viu a luz, ali, durante a reunião, ao presenciar a riqueza dos relatos e sugestões dos universos alheios, mas nem distantes, ainda assim novidadosos, quão lindo seria saber dos anseios dos outros Estados, da nação pela boca dela mesma. Ver o nervoso da cara dos culturativos-Brasil-continental, disse com outras palavras, eu me entusiasmei e retransmito assim.
Américo Córdula, falou bonito e ponderado, um asimoviano, talvez inconsciente, mas um profissional que admiravelmente segura a frigideira emocional e cultural pelo cabo, lembrou que temos que superar as dicotomias, quanto aos Pontos de Cultura está claro que "Tem gente que precisa do ponta-pé inicial, outros de apoio permanente (o caso da maioria dos Pontões). Isaac Asimov em seu livro O Início e o Fim, à certa altura relata um episódio acontecido quando tinha cinco anos, quando andava com sua mãe, recém chegados da Rússia, pelas ruas dos EUA: "Até hoje, cerca de meio século depois, posso recordar a cena exata e meu exato sentimento - uma sensação de quase insuportável deleite de compreender. São poucos os descobrimentos que a gente faz quase que inteiramente por si mesmo; e ali, eu havia feito dois. Em primeiro lugar, descobri que havia coisas tais como "letras mudas", e isso me tornou mais fácil a tarefa experimental de elaborar palavras. Em segundo lugar, descobri que os trens tinham letreiros indicando o seu destino, e isso tornava menos milagroso o fato de as pessoas adultas saberem para onde estavam indo.
Conheci o meu prazer desde então; muitos estímulos deliciosos das várias percepções dos sentidos, muitas subtis bolhas de antecipação e muitos duradouros sorrisos de memória -mas tudo isso é de todo trivial, evanescente, vindo e indo sem afetar o mundo.
Aprender -tanto quanto possível por si mesmo, depois de intriga e de esforço -é algo inteiramente diferente, e não pode ser comparado a nenhum outro prazer, pois se difunde para fora, até onde os olhos da mente podem ver. Aprender e saber são uma alegria de mistura com uma ampla maravilha, visto que o universo parece expandir-se dentro do conceito mental, mudar e assumir uma nova forma e uma nova cor, que nunca mais perderá. é o caso do "consegui" (do eureka grego), que, por um momento relampagueante, se sobrepõe a tudo o mais; à vida , à morte, a tudo.
Não, ninguém pode fazer tudo por si mesmo. Tem de haver uma espécie de ajuda que assente os alicerces, prepare o trampolim, oriente até a posição. Alguém tinha que recitar o alfabeto para  mim, de dizer-me o que aquilo era, depois escrevê-lo para mim, e a seguir mostrar-me como é quer soava cada letra. Havia vezes, até, que intrigado, eu chegava a chorar, e pedia a alguém que me destrinçasse alguma coisa que eu não podia solucionar.
É exato, porém, quer ninguém vive num vácuo intelectual. Nós observamos, somos informados, e mesmo quando não perguntamos, a informação aparece.
Podemos reagir passivamente à torrente da informação; deixamos que ela se quebre em ciam de nós, ao passo que ignoramos tudo quanto possível com a mais bovina estolidez." E vai o livro, e nós que de bovinos nada temos, vamos ao portal registrar nossa opinião.
Há muito que se discutir, falou-se quer para o ano que vem os recursos para a área estarão mais escassos, previsto no orçamento, diante dessa afirmação, resignação?
O portal, até vinte de outubro. Cultura é primeira necessidade, é o que determina a capacidade do povo questionar a qualidade de ensino da saúde. O portal, até dia vinte deste mês. Durante a reunião, Ana Guedes, perguntou qual é a posição do MinC sobre a inclusão do ensino musical nas escolas, e Américo Córdula, respondeu que a questão é da área do Ministério da Educação, mas que dificilmente acontecerá em breve, por falta de recursos, de profissionais suficientes capacitados para o ensino, falta de recursos para pagar estes profissionais... que a Ação Griô desenvolve um projeto voluntário nas PECS. Vamos ao portal, país musical! Eneida Soller,  a ativa Presidente do Conselho Brasileiro de Entidades Culturais questionou a equivalência da contribuição do individuo e da entidade, em um levantamento aberto como este proposto pelo MinC, Valério Benfica esclareceu que todas as contribuições serão avaliadas no mesmo patamar, mas que será levada em conta a questão da representatividade.
 Os palestrantes, ainda, reiteraram que tão somente a elaboração e aprovação do Plano. não garantem a execução, é preciso que os Estados e Municípios "que aderirem", se comprometam com a realização.
É um plano democrático e e exige maturidade cultural, que devemos ter. E temos? A Associação das Escolas  de Samba de São Paulo esteve presente, e quase ao final da reunião levantou o braço no fundo do auditório, no que soltou a voz, a companhia se levantou toda, e veja, a reunião foi séria e produtiva, ainda que não tivesse sido, assim mesmo, por aquele momento valeria a viagem até a Barra Funda e valeria uma ida  à Brasília, se fosse para fazer coro da fala deles: "Nós temos o mapa completo dos nossos pontos culturais e atividades, independente de ajuda continuaremos nossa ação cultural, inclusive disponibilizando nossas informações e estrutura para apoiar ações culturais.
Estes seguramente se farão presentes no novo Plano Nacional de Cultura.
Eis: Cultura é o que a gente vive enquanto espera condições ideias para andar no figurino, e se, como diz Asimov, e também muito bem, Córdula, ninguém pode fazer TUDO por sí mesmo, por outro lado, nada pode ajudar a desenvolver o que mendiga ajuda para tudo.  Em dezembro deste ano, a Presidente aprovará o I Plano Nacional de Cultura. O centro do governo está maduro para compreender a importância da Cultura, que verba destinada a Cultura não é despesa, é investimento?

No vídeo, o Secretário Mamberti dando a tônica, encerrando o produtivo e esclarecedor encontro.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

30° SEMANA GANDHI



...Conviver com homens é mais terrível que com os deuses. E ninguém conhece epopéia mais dolorosa que a de moldar, dia a dia, clara e verdadeira, a fugitiva condição humana. 
Não basta pregar: é necessário fazer, para que os homens se convençam. Não basta fazer entender: é necessário provar. No matrimónio do céu com a terra , se o céu pede à terra que suba, a terra exige que o céu baixe. Todos os mártires o sabem. E nenhum mártir se poupa.
...Em fotografias pálidas, entre notícias frívolas, com o anúncio reiterado dos jejuns, Gandhi ia sendo um hábito superficial, na informação de cada dia. Os homens não viam naquele corpo sem roupa e sem carne o despojamento do mundo, das ilusões, do fortuito e alienável. Não viam que aquilo ia se reduzindo ao pequeno barro de uma candeia para a qual o importante é só a luz.
Os homens não se lembravam de que aquela figura, esquema sucinto do homem em eterna vigília por uma humanidade melhor - era o que ensinara a Não-violência, a vitória da reflexão sobre o impulso, do espírito sobre a matéria, da vida sobre a máquina.
O texto acima é de autoria de Cecília Meireles, é trecho do discurso que proferiu no Ministério da Educação (Rio de Janeiro) na tarde de 02 de outubro de 1948, durante as comemorações do 79 aniversário do nascimento de Gandhi, nove meses após sua morte. Também é o postáfio do livro autobiografico de Gandhi - "Minha vida e minhas experiências com a verdade", publicado e distribuído pelo Consulado Geral da Índia e Associação Palas Athena no evento de abertura da 30° Semana Gandhi
O espetáculo aconteceu no dia 04, no Grande Auditório do MASP, que foi pequeno para o público que para lá afluiu. 
As apresentações de música, dança e poesia foram dignas da motivação. Artistas de street-dance e balé indiano, músicos excepcionais em tambor africano e cítaras, fizeram apresentações entremeadas por recital de poesias e textos do brilhante indiano que conduziu seu país a liberdade da suserania inglesa, pregando e praticando a não violência. 
A encantada platéia era o reflexo dos artistas no palco, muitos credos e cultural representados, cores e sons de uma Primavera cheia de graça na Avenida Paulista, em São Paulo - a colcha do nobre pano multicultural brasileiro. 


"Gandhiji, como nós indianos o conhecemos, estabeleceu um novo padrão de exemplo humano com sua integridade moral impecável e total devoção à causa da paz e irmandade. sua autobiografia não é apenas uma narrativa, trata-se de um livro sobre sua batalha para encontrar soluções a idéias conflitantes e resistir às suas próprias tentações, inclusive perante todas as adversidades inerentes a si próprio, encontradas na África do Sul e mais tarde na Índia. 
Gandhiji continuou sua luta para disseminar a sabedoria que ele obtivera por seu próprio esforço, entre seu povo e por conseguinte entre os povos de todo o mundo, até o dia em que foi combalido, em um ato insensível de violência. O fim violento À sua vida serve de lição a todos aqueles que buscam fazer deste mundo um lugar melhor para se viver, o que ainda está por ser feito, a partir da percepção dos ideais de Mahatma Gandhi, tão claramente a nós direcionados.
Durante esta minha breve estada no Brasil, estou muito impressionado com a admiração sincera e genuína demonstrada por tantos brasileiros, pelos ideais e ensinamentos de Gandhiji - que é a expressão mais apropriada do coração universal que bate tão forte dentro do peito da humanidade.
trecho da introdução do livro, declaração de Yogewar Varma - Cônsul Geral da Índia - www.indiaconsulate.org.br

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Onda Verde, pelo Universo do Amor

O texto abaixo chama-se Onda Verde, é muito interessante e apresenta um dos ângulos do impasse. O caso é que sabemos tudo, só não como ir além. Onda Verde -Texto divulgado pelo grupo de compartilhamento Universo do Amor (Universo_de_Amor@yahoogrupos.com.br), não consta a autoria. 
É possível comentar sob variadas orientações. 
Certa vez, fazendo uma caminhada com minha mãe encontramos um saco plástico aflorando do chão depois de uma grande chuva, ela arrancou o lixo e levou-o segurando pela ponta dos dedos e falando "graças à Deus as novas gerações estão conscientes do mal que isso faz". Será? Provoquei, ela respondeu que sim, mas é claro, hoje ela vê os netos preocupados em não largar nem sequer um papel de bala no chão, que antigamente as pessoas eram monstros, ninguém falava em meio ambiente. Noutra feita, desolada me contou que correra a notícia de que o rio que atravessa o vilarejo seria represado, teem projeto andando, falta água na grande Porto Alegre. Transmitiu-me o desolamento, juntas elaboramos uma reação, ela iria procurar os "antigos" do lugar e resistiriam, como a índia Nara (ou Diana) na novela Cavalo de Aço - ficando na cidade que desapareceu sob uma represa - se fosse preciso. Dias depois liguei, ela falou entre dentes:"Falei com a pessoa mais velha daqui, que era para ter amor por essas belezas, esse paraíso...e respondeu que seria uma bênção pegar um dinheiro bom da indenização, bom e certo, e mudar de ares, sempre quis morar em...não digo? A maioria dos antigos..." 
Com a ameaça da represa, os jovens do lugar se mobilizaram rápida e politicamente e a área foi legalizada como área de proteção ambiental (APA).  Onda Verde, aí vai:

"Na fila do supermercado o caixa diz a uma senhora idosa que deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não eram amigáveis ao meio ambiente. A senhora pediu desculpas e disse: "Não havia essa onda verde no meu tempo. O empregado respondeu: "Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com nosso meio ambiente.Você está certo, responde a velha senhora, nossa geração não se preocupou adequadamente com o meio ambiente.
Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.
Realmente não nos preocupamos com o meio ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois quarteirões.
Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o meio ambiente. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas. Mas é verdade: não havia preocupação com o meio ambiente, naqueles dias. Naquela época só tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado como? Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usamos jornal amassado para protegê-lo, não plástico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar. Naqueles tempos
não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a eletricidade.
Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o meio ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos. Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra. Abandonamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lâmina ficou sem corte. Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou de ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima. Então, não é risível que a atual geração fale tanto em meio ambiente, mas não quer abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?" 


O filme A Inveja Mata trata do dilema é 

tremendamente educativo, pois pega. 

A Inveja Mata

Sinopse:

Nick e Tim são vizinhos. Nick inventou uma bugiganga 
que vaporiza fezes de cães e ficou milionário. Tim morre 
de inveja dele e esta numa pior: perdeu seu emprego e foi 
abandonado pela mulher. Sua única salvação é J-Man, um 
hippie maluco com um plano mais doido ainda.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Ceciliando

Ainda agora e sempre
o amor complacente.

De perfil de frente
com vida perene.

E se mais ausente 
a cada momento

tanto mais presente
com o passar do tempo

à alma que consente
no maior silêncio

em guardá-lo dentro
da penumbra ardente

sem esquecimento
nunca para sempre

doloridamente.

x-x-x-x

Ninguém me venha dar vida ,
que estou morrendo de amor,
que estou feliz de morrer,
que não tenho mal nem dor,
que estou de sonho ferida,
que não quero me curar,
que estou deixando de ser
e não quero me encontrar,
que estou dentro de um navio
que sei que vai naufragar,
já não falo e ainda sorrio,
porque está perto de mim
o dono verde do mar
que busquei desde o começo,
e estava apenas no fim.

Corações, por que chorais? 
Preparai meu arremesso
para as algas e corais.

Fim ditoso, hora feliz:
Guardai meu amor sem preço,
que só quis a quem não quis.

x-x-x-x-x-x

Um dia acordarás num quarto novo
sem saber  como foste parar lá
e as vestes que acharás ao pé do leito
de tão estranhas te farão pasmar,

a janela abrirás, devagarinho:
fará nevoeiro e tu nada verás...
Hás de tocar, a medo, a campanhia
e, silenciosa, a porta se abrirá.

E um ser, que nunca viste, em um sorriso
triste, te abraçará com seu maior carinho
e há de dizer-te para o teu assombro;

- Não te assustes de mim, que sofro há tanto!
quero chorar - apenas - no teu ombro
e devorar teus olhos meu amor...

Fidelidade, Ninguém me venha dar vida e, Um dia acordarás, de Cecília Meireles,  publicado pela Editora Ática, distribuído pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, com dedicatória da professora Ana Isabel Taubkin, para Camille - 2007

domingo, 2 de outubro de 2011

Amadurecendo

Houve um tempo, como dizem os livros de histórias, em que todo o conhecimento da humanidade e do mundo em que vivemos era estudado sob a égide da disciplina da filosofia, que quer dizer "amor à sabedoria". A física e a psicologia caminhavam lado a lado com a química, a metafíssica e a ética, porque todos estes temas eram tidos como partes de um só grande sistema.
Com o tempo, alguns tópicos - notadamente a física e a química - se destacaram do seu pai filosófico e desenvolveram a arrogante independência do adolescente. Até mesmo a psicologia renunciou às suas origens e declarou uma independência unilateral.
De todo este desenvolvimento surgiu a civilização tecnológica ocidental e resultaram muitos dos nossos hábitos sociais e princípios morais. Apesar dos seus detratores, a ciência ocidental é um extraordinário tributo à criatividade humana. Mas estamos começando a perceber que a nossa civilização é um sistema muito desiquilibrado e que se deve buscar uma concepção fundamental de propósito e unidade, se não se quiser destruir a civilização.
As grandes civilizações do Oriente não conseguiram nada melhor. 
O Ocidente produziu um ambiente tecnologicamente avançado, porém emocional e espiritualemente estéril, ao mesmo tempo em que o grande desenvolvimento filosófico e psico-espiritual do Oriente definha hoje na pobreza, na ignorância e na miséria. Algo, sem dúvida, deve estra errado em alguma parte.
Mas há lampejos de luz despontando nas trevas. A ciência moderna está dando mostras de que se aproxima da idade adulta.  O universo de Einsten e os físicos do átomo estão distantes dos mecanismos irracionais da ciência vitoriana. 
A física está se tornando rapidamente uma ciência da vida, e as divisões entre espírito e matéria estão sendo desgastadas lenta e seguramente.
Extraído de A Cabala Prática, de Charles Fielding, publicado pela Editora Pensamento