"A Priscilla e eu passamos o dia em Millinocket, no Maine, a caminhar sobre as trilhas apalaches em torno do monte Katahdin e a conhecer os residentes locais - antigos trabalhadores da fábrica, pequenos proprietários de negócios, um bibliotecário e um camioneiro.
As indústrias florestais, como da madeira e do papel eram a força vital desta região durante gerações, mas o comércio(as importações de baixo custo do Canadá) e a tecnologia(alternativas de madeira sintética) forçaram o fechamento das fábricas e milhares de postos de trabalho se perderam.
Millinocket foi literalmente construída em torno de uma fábrica de papel. A serraria apoiou a escola, produziu casas para os trabalhadores, e no final das contas, tomou conta de todas as pessoas.
As pessoas que se formavam no Liceu sabiam que teriam um emprego na fábrica, se quisessem.
Como resultado de uma situação tão estável, as pessoas que conhecemos nos disseram que os regionais não têm espírito empreendedor necessário para revitalizar a economia. Um professor nos contou que seu maior desafio era fazer seus alunos verem quais novos tipos de oportunidades poderiam ter.
Alguns antigos trabalhadores nos disseram que agora eles voltavam para a escola novamente na esperança obter mais treinamento para que daqui há cinco anos não fossem demitidos.
Algumas pessoas manifestaram preocupação pela provável automatização das vagas de emprego de seus filhos. Embora algumas pessoas, como o motorista de caminhão que conhecemos, sintam-se muito confiantes de que seus empregos não serão muito afetados pela automação durante suas carreiras.
Apesar de todos os desafios, fiquei impressionado com sua capacidade de reconstrução da sua comunidade.
Quando perguntei às pessoas da comunidade se eles sairiam da sua comunidade em busca de uma oportunidade de trabalho, nenhum uma única pessoa respondeu que o faria.
Eles amam suas comunidades e estão otimistas que podem construir novas industrias no futuro, não cortando as florestas, mas deixando-as em pé e criando o turismo da beleza natural, bem como outras industrias do futuro.
Se o casal que construiu a cama onde estiemos e o fizeram o café da manhã que tomamos estiverem presentes, então estou confiante de que eles terão sucesso.
Como eu viajei para estados diferentes este ano, estive a pensar em temas comuns nos desafios que estamos a enfrentar
Vou tentar colocar algumas reflexões sobre isso nos próximos dias.
Mark Zuckerberg - 20 de maio de 2017
A carta de Mark publicada em sua página no facebook expõe uma condição de transição planetária contemporânea.
Mário Quintana, em seu livro A Vaca e o Hipogrifo, publica uma poesia que evoca a nostalgia dos antigos moradores da cidade de Jundiaí, no interior de São Paulo, saudosa da punjança proporcionada a região pela malha ferroviária cujo município era o centro, como se dá em Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul, e tantas outras cidades e comunidades que tiveram que reinventar-se quando do abandono das estradas de ferro, e que continuaram sendo centro de referência por saber apostar em novos nichos - eu voto na reestruturação das estradas de ferro das como transporte de cargas e passageiros, e então na diminuição do trânsito pesado de caminhões que tanto danificam as estradas, causando acidentes.
Na minha opinião os caminhões deveriam ficar restritos a interligar a malha ferroviária.
É a otimização do transporte e uma solução arrojada demais para ter sido estramente abandonada no Brasil.
Daí, Mario Quintana
No princípio do fim
Há ruídos que não se ouvem mais:
-o grito desgarrado de uma locomotiva na madrugada
-os apitos dos guardas noturnos, quadriculando como um mapa a cidade adormecida.
-os barbeiros que faziam cantar no ar suas tesouras
-a matraca do vendedor de cartuchos
- a gaitinha do afiador de facas
-todos estes ruídos que somente faziam romper o silêncio
E hoje o que mais se precisa é de silêncios que interrompam o ruído.
Mas que se há de fazer?
Há muitos - a grande maioria - que já nasceram no barulho.
E nem sabem, nem notam, porque suas mentes são atordoadas, seus pensamentos tão confusos. Tanto que, na sua bebedeira auricular, s[o conseguem entender as frases repetitiivas da música Pop. E, se esta nossa civilização não arrebentar, acabamos um dia perdendo a fala - para que falar? para que pensar? - ficaremos apenas no batuque:
"tan tam! tam! tam! tam!
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