quarta-feira, 3 de abril de 2013
Meu Patrimônio!
Estava visitando a mãe e o pai e já que estava com a câmera na mão, não resisti a fotografar este trechinho do jornal que saboreamos com chimarrão, não recordo qual é o jornal, sobrou a imagem.
Chaga Histórica - do Estado de São Paulo
Ele tinha uma concepção polarizada do mundo.
Via o mundo dividido entre amigos e inimigos, entre chavistas e pitiyanquis (simpatizantes dos americanos), entre patriotas e traidores.
Descobri sua vocação social em livros e ensaios. Mas uma coisa é vocação social, outra a forma na qual essa vocação é praticada. Obcecado por uma admiração anacrônica pelo modelo cubano, Hugo Chávez tumultuou as instituições públicas venezuelanas, corrompeu a companhia estatal Petróleos da Venezuela S A e foi protagonista do que poderá se revelar o maior desperdício de riquezas públicas de toda história latino-americana. Mas embora os seus erros econômicos sejam de tão grande magnitude, empalidecem diante das chagas políticas e morais que infligiu ao país.
Chávez não só concentrou o poder: ele confundiu, ou melhor, fundiu sua biografia pessoal com a história venezuelana.
Nenhuma democracia prospera onde um homem, supostamente "necessário", único e providencial reivindica a propriedade privada dos recursos públicos, das instituições públicas, do discurso público, da verdade pública.
O povo que tolera ou aplaude essa delegação absoluta de poder numa só pessoa abdica de sua liberdade e condena a si mesmo a adolescência cívica, pois essa delegação supõe a renúncia à responsabilidade sobre seu destino.
O principal prejuízo é a discórdia no interior da família venezuelana.
Nada me entristeceu mais nas visitas a Caracas (nem sequer a escalada da criminalidade ou a visível deterioração da cidade) do que o ódio dos microfones do poder contra o amplo setor da população que divergia desse poder. O ódio dos discursos, dos cartazes, dos punhos fechados, dos arrogantes porta-vozes do regime em programas de rádio e TV, das redes sociais infestadas de insultos, mentiras, teorias conspiratórias, desqualificações, preconceitos.
O ódio do fanatismo ideológico e do rancor social. O ódio surdo à razão e impermeável a tolerância. essa é a chaga histórica que o chavismo deixa. Quanto tempo levará para sanar? E poderá sanar? É um milagre que a Venezuela não tenha descambado na violência partidária e política.
Há algumas semanas com o agravamento da doença de Chávez, antecipei sua imediata santificação, como ocorreu com Evita Perón na Argentina, mas dada a tradição caudilhista da Venezuela, a sacralização de sua figura será mais profunda e permanente. Hugo Chávez conseguiu a imortalidade com que sempre sonhou.
Na alma de muitos dos seus compatriotas (e de não poucos simpatizantes na América Latina), ele compartilhará das glórias do Libertador. Até o comandante Fidel Castro poderia sentir-se relegado, vítima de um suava , porém implacável parricídio.
O que acontecerá agora, depois de sua morte? Tudo pode ocorrer, até a divisão interna do chavismo em uma ala ideológica e uma militar ou a vitória da oposição. Contudo, é provável que o sentimento de pesar, somado à gratidão que um amplo setor da população sente por Chávez, facilitem o triunfo de um candidato oficial nas eventuais eleições. para isso contribuirão os órgãos eleitorais, fiscais, judiciais e - em parte - os legislativos, que continuarão nas mãos do chavismo. Seu retrato, sua cadeira vazia, sua imagem retransmitida interminavelmente, acompanharão por muito tempo o novo presidente.
Os indicadores de alarme são de domínio público. O déficit fiscal corresponde a 20% do PIB, cerca de US$70 bilhões. O dólar cotado a pouco mais de seis bolívares, triplica no mercado negro. A inflação vem sendo, há anos, a mais elevada da região. A escassez, decorrente do desmantelamento do parque industrial, do êxodo da classe média profissional e da falta crônica de investimentos) virou quase uma tradição venezuelana.. Há uma aguda carestia de divisas. Como explicar que um país que na era de Chávez auferiu mais de US$800 bilhões de receitas petrolíferas apresenta contas tão alarmantes?
Boa parte da explicação está no petróleo. Em 1998, a Venezuela produzia 3,3 milhões de barris diários e exportava (e cobrava) 2,7 milhões. Agora a produção despencou para 2,4 milhões de barris diários, pelos quais cobra apenas 900 mil (os que vende aos EUA, o império odiado). O restante, que ele não cobra, divide-se assim: 800 mil vão para o consumo interno, praticamente gratuito (e que gera um polpudo negócio de exportação ilegal); 300 mil destinam-se a pagar créditos e produtos adquiridos na China; 100 mil são gastos com a importação de gasolina; e 300 mil vão para países do Caribe que pagam (quando pagam) com descontos e prazos enormes ou simbolicamente, como Cuba, que "paga" seus 100 mil barris com o envio de médicos, professores e policiais ( e se beneficia do petróleo venezuelano a ponto de reexporá-lo).
Um presidente chavista deverá enfrentar essa realidade e encarar o público. Mas esse mandatário já não será Chávez, o hipnótico, Chávez, o taumaturgo, o líder que explicava tudo, minimizava tudo. as pessoas culparão os chavistas por não estarem à altura do seu legado. Dirão: "Chávez não teria permitido isto", "Chávez teria resolvido isto". Chegado a este ponto, o próprio regime chavista talvez se convencesse da necessidade de um diálogo de negociação, que agora parece utópico. E ai se poderia abrir uma oportunidade concreta para a oposição.
Depois dos longos anos de inconsistências, omissões e erros, a oposição venezuelana mostrou-se unida, escolhendo um líder inteligente e determinado (Henrique Capriles) e teve bom desempenho nas eleições: recebeu quase sete milhões de votos. Durante a agonia de Chávez, sem deixar de levantar a voz de protesto, mostrou uma notável prudência que deve confirmar nestes dias de dor e comoção. se a oposição- que esperou tanto - conservar a coesão e a presença de espírito, poderá avançar nas eleições legislativas, regionais e presidenciais e recuperar as posições que perdeu. Uma força latente também deverá despertar os estudantes. Eles exerceram papel fundamental no referendo de 2007 (que impediu a conversão aberta da Venezuela ao modelo cubano) e talvez voltem a exercê-lo.
Acredito que, com a morte do grande caudilho "messiânico"("Redentor" como o chamou abertamente o próprio Maduro), a Venezuela encontrará, cedo ou tarde, o caminho da concórdia: se nos quinze anos de Chávez a violência verbal não transbordou para a violência física, é razoável esperar que não explodirá agora. E a mudança poderá ser contagiosa. cuba, a Meca do redentorismo histórico, o único estado totalitário da América, poderá reformar-se, como a Rússia e a China.
Toda região poderá oscilar então, entre regimes de esquerda social-democrática e governos de economia mais aberta e liberal. e para que o trânsito seja menos acidentado, os EUa também deveriam dar sinais inéditos de sensatez, cancelando o embargo a Cuba e fechando a prisão de Guantanamo.
O século 19 latino-americano foi o século do caudilhismo militarista. O século 20 sofreu o redentorismo iluminado. ambos os séculos padeceram co os homens "necessários". Talvez no século 21 desponte um novo amanhecer plenamente democrático.
Este artigo é de autoria de Enrique Crauze, foi publicado no jornal O Estado de São Paulo, no domingo, dia 10 de março. Compartilho tardiamente porque é jornal que apanho do lixo reciclável do meu prédio, para forrar o chão para Willow, o inconveniente é que o artigo é relativamente velho, mas se é sensato não perde a validade, penso.
O Crauze, como diria o Gandra, é muito lúcido no seu comentário, mas daí a declarar que não escorreu sangue na ditadura da Venezuela? Talvez tenha esquecido as invasões e desbordamento a pau nas manifestações de dez anos atrás (pelo menos), ali se tratava de baixar a crista dos rebeldes, depois devem ter se ajoelhado, mas eu lembro que fiquei horrorizada com as fotos do caos social venezuelano da época em que pesquisei para escrever a crônica abaixo.
E a Willow, heim? Até isso faz de bom. Levanta estas oportunidades de ponderação para nós, depois faz xixí em cima, mas esta eu salvei.
Foto: Tartaruga das Galápagos de Orelha em pé!
Via o mundo dividido entre amigos e inimigos, entre chavistas e pitiyanquis (simpatizantes dos americanos), entre patriotas e traidores.
Descobri sua vocação social em livros e ensaios. Mas uma coisa é vocação social, outra a forma na qual essa vocação é praticada. Obcecado por uma admiração anacrônica pelo modelo cubano, Hugo Chávez tumultuou as instituições públicas venezuelanas, corrompeu a companhia estatal Petróleos da Venezuela S A e foi protagonista do que poderá se revelar o maior desperdício de riquezas públicas de toda história latino-americana. Mas embora os seus erros econômicos sejam de tão grande magnitude, empalidecem diante das chagas políticas e morais que infligiu ao país.
Chávez não só concentrou o poder: ele confundiu, ou melhor, fundiu sua biografia pessoal com a história venezuelana.
Nenhuma democracia prospera onde um homem, supostamente "necessário", único e providencial reivindica a propriedade privada dos recursos públicos, das instituições públicas, do discurso público, da verdade pública.
O povo que tolera ou aplaude essa delegação absoluta de poder numa só pessoa abdica de sua liberdade e condena a si mesmo a adolescência cívica, pois essa delegação supõe a renúncia à responsabilidade sobre seu destino.
O principal prejuízo é a discórdia no interior da família venezuelana.
Nada me entristeceu mais nas visitas a Caracas (nem sequer a escalada da criminalidade ou a visível deterioração da cidade) do que o ódio dos microfones do poder contra o amplo setor da população que divergia desse poder. O ódio dos discursos, dos cartazes, dos punhos fechados, dos arrogantes porta-vozes do regime em programas de rádio e TV, das redes sociais infestadas de insultos, mentiras, teorias conspiratórias, desqualificações, preconceitos.
O ódio do fanatismo ideológico e do rancor social. O ódio surdo à razão e impermeável a tolerância. essa é a chaga histórica que o chavismo deixa. Quanto tempo levará para sanar? E poderá sanar? É um milagre que a Venezuela não tenha descambado na violência partidária e política.
Há algumas semanas com o agravamento da doença de Chávez, antecipei sua imediata santificação, como ocorreu com Evita Perón na Argentina, mas dada a tradição caudilhista da Venezuela, a sacralização de sua figura será mais profunda e permanente. Hugo Chávez conseguiu a imortalidade com que sempre sonhou.
Na alma de muitos dos seus compatriotas (e de não poucos simpatizantes na América Latina), ele compartilhará das glórias do Libertador. Até o comandante Fidel Castro poderia sentir-se relegado, vítima de um suava , porém implacável parricídio.
O que acontecerá agora, depois de sua morte? Tudo pode ocorrer, até a divisão interna do chavismo em uma ala ideológica e uma militar ou a vitória da oposição. Contudo, é provável que o sentimento de pesar, somado à gratidão que um amplo setor da população sente por Chávez, facilitem o triunfo de um candidato oficial nas eventuais eleições. para isso contribuirão os órgãos eleitorais, fiscais, judiciais e - em parte - os legislativos, que continuarão nas mãos do chavismo. Seu retrato, sua cadeira vazia, sua imagem retransmitida interminavelmente, acompanharão por muito tempo o novo presidente.
Os indicadores de alarme são de domínio público. O déficit fiscal corresponde a 20% do PIB, cerca de US$70 bilhões. O dólar cotado a pouco mais de seis bolívares, triplica no mercado negro. A inflação vem sendo, há anos, a mais elevada da região. A escassez, decorrente do desmantelamento do parque industrial, do êxodo da classe média profissional e da falta crônica de investimentos) virou quase uma tradição venezuelana.. Há uma aguda carestia de divisas. Como explicar que um país que na era de Chávez auferiu mais de US$800 bilhões de receitas petrolíferas apresenta contas tão alarmantes?
Boa parte da explicação está no petróleo. Em 1998, a Venezuela produzia 3,3 milhões de barris diários e exportava (e cobrava) 2,7 milhões. Agora a produção despencou para 2,4 milhões de barris diários, pelos quais cobra apenas 900 mil (os que vende aos EUA, o império odiado). O restante, que ele não cobra, divide-se assim: 800 mil vão para o consumo interno, praticamente gratuito (e que gera um polpudo negócio de exportação ilegal); 300 mil destinam-se a pagar créditos e produtos adquiridos na China; 100 mil são gastos com a importação de gasolina; e 300 mil vão para países do Caribe que pagam (quando pagam) com descontos e prazos enormes ou simbolicamente, como Cuba, que "paga" seus 100 mil barris com o envio de médicos, professores e policiais ( e se beneficia do petróleo venezuelano a ponto de reexporá-lo).
Um presidente chavista deverá enfrentar essa realidade e encarar o público. Mas esse mandatário já não será Chávez, o hipnótico, Chávez, o taumaturgo, o líder que explicava tudo, minimizava tudo. as pessoas culparão os chavistas por não estarem à altura do seu legado. Dirão: "Chávez não teria permitido isto", "Chávez teria resolvido isto". Chegado a este ponto, o próprio regime chavista talvez se convencesse da necessidade de um diálogo de negociação, que agora parece utópico. E ai se poderia abrir uma oportunidade concreta para a oposição.
Depois dos longos anos de inconsistências, omissões e erros, a oposição venezuelana mostrou-se unida, escolhendo um líder inteligente e determinado (Henrique Capriles) e teve bom desempenho nas eleições: recebeu quase sete milhões de votos. Durante a agonia de Chávez, sem deixar de levantar a voz de protesto, mostrou uma notável prudência que deve confirmar nestes dias de dor e comoção. se a oposição- que esperou tanto - conservar a coesão e a presença de espírito, poderá avançar nas eleições legislativas, regionais e presidenciais e recuperar as posições que perdeu. Uma força latente também deverá despertar os estudantes. Eles exerceram papel fundamental no referendo de 2007 (que impediu a conversão aberta da Venezuela ao modelo cubano) e talvez voltem a exercê-lo.
Acredito que, com a morte do grande caudilho "messiânico"("Redentor" como o chamou abertamente o próprio Maduro), a Venezuela encontrará, cedo ou tarde, o caminho da concórdia: se nos quinze anos de Chávez a violência verbal não transbordou para a violência física, é razoável esperar que não explodirá agora. E a mudança poderá ser contagiosa. cuba, a Meca do redentorismo histórico, o único estado totalitário da América, poderá reformar-se, como a Rússia e a China.
Toda região poderá oscilar então, entre regimes de esquerda social-democrática e governos de economia mais aberta e liberal. e para que o trânsito seja menos acidentado, os EUa também deveriam dar sinais inéditos de sensatez, cancelando o embargo a Cuba e fechando a prisão de Guantanamo.
O século 19 latino-americano foi o século do caudilhismo militarista. O século 20 sofreu o redentorismo iluminado. ambos os séculos padeceram co os homens "necessários". Talvez no século 21 desponte um novo amanhecer plenamente democrático.
Este artigo é de autoria de Enrique Crauze, foi publicado no jornal O Estado de São Paulo, no domingo, dia 10 de março. Compartilho tardiamente porque é jornal que apanho do lixo reciclável do meu prédio, para forrar o chão para Willow, o inconveniente é que o artigo é relativamente velho, mas se é sensato não perde a validade, penso.
O Crauze, como diria o Gandra, é muito lúcido no seu comentário, mas daí a declarar que não escorreu sangue na ditadura da Venezuela? Talvez tenha esquecido as invasões e desbordamento a pau nas manifestações de dez anos atrás (pelo menos), ali se tratava de baixar a crista dos rebeldes, depois devem ter se ajoelhado, mas eu lembro que fiquei horrorizada com as fotos do caos social venezuelano da época em que pesquisei para escrever a crônica abaixo.
E a Willow, heim? Até isso faz de bom. Levanta estas oportunidades de ponderação para nós, depois faz xixí em cima, mas esta eu salvei.
Foto: Tartaruga das Galápagos de Orelha em pé!
terça-feira, 2 de abril de 2013
Publicado em 2003 no Jornal Diário da Manhã de Erechim/RS
Declarar publicamente o que pensamos é certeza de incômodo.
O presidente Lula o faz sem rodeios. Reafirmou que mesmo que o congresso fique contra, ele vai fazer reformas. Depois que escrevi na coluna da semana passada que acho jóia que o Presidente faça mudanças, alguns conhecidos fingiram que não me ver na rua, mas recebi alguns cumprimentos.
Porém, a verdade, quem saberá? Talvez tenha me precipitado.
De que reformas estará falando?
Da reforma na previdência, espero... Meu correspondente em Frankfurt aumenta minha angústia ao comentar: "O seu presidente diz uma coisa, mas o ministro Amorim diz outra". Pergunta o que nós brasileiros pensamos da intimidade do nosso Lula com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, se percebemos que esta aproximação é indício do rumo que as coisas podem tomar na potência Brasil. Respondo que não sei, que vou ficar atenta.
O noticiário diz que o nosso Lula é muito habilidoso, que esta avançando em conversações com o Fidel Castro e com o Hugo Chávez, dois líderes que sempre foram difíceis em diálogos. Não quero ser cega, fico na ponta dos pés, espicho o pescoço, arregalo os olhos.
Só enxergo uma densa nuvem envolvendo o poder, o propósito é o de confundir, nos tornar uma multidão de neurastênicos, pendentes e dependentes de suas decisões, que somos, roendo as unhas, estralando os dedos e torcendo para que, apesar dos titubeios e deslizes, no final, más decisões não nos arranquem o couro.
Cabeça entre as mãos – canseira. Sou tomada de desânimo e dúvidas. O presidente da Venezuela, apesar das críticas, pode não ser o bicho que estão pintando. Será boa companhia para nosso Lula? Abro o jornal e dizem que ele luta contra os interesses escusos que os americanos tem em seu bonito e petrolífero país.
A Venezuela é o quarto maior exportador mundial e o terceiro maior para os Estados Unidos. Uma amiga venezuelana argumenta que o que falam de bem sobre ele é fruto de uma campanha publicitária milionária, que ele acabou com as instituições democráticas.
Muitos venezuelanos declaram que ele é um ditador autoritário, outros dizem que ele reformou seu país, para melhor.
Meus olhos ardem, já passa da meia noite, entre descobrir a verdade e seguir sendo assaltada por todas as dúvidas possíveis, chega a madrugada.
A única certeza é que já não conseguirei mais fazer a caminhada matinal, talvez nem trabalhar a manhã toda, tampouco com alegria. Certamente essa cara acordará às dez da manhã, amarela, amassada, com olheiras de panda; a imagem desoladora refletida no espelho será o fruto de meus questionamentos. Igual os sofistas gregos, concluo que vivemos em um mundo estruturado para confundir. Se pegamos o caminho errado? Na chegada ao inferno, encontraremos os demônios que nos iludiram em vida, nos recebendo aos berros : -Otários, entre gargalhadas. Isso, ainda? Sem encontrar a solução para estas questões sobre as quais pondero por idealismo e nas quais os outros trabalham por dinheiro, concluo que o melhor que tenho a fazer é...pesquisar mais um pouco!
Desenvolver ceticismo. Na net peço uma pesquisa sobre Fidel Castro. Na tela abre-se um quadro vermelhão com letras brancas, foices e pontas se chacoalham e fazem círculos. Salto fora, ouço a voz da minha mãe entranhada em meu subconsciente me mandando dormir.
A mãe, prática, responde: - Você se desgasta à toa, quer morrer cedo? Quem se interessa em tornar este mundo sensato? Você ouviu hoje mesmo na voz do Brasil, que o neto do senador mais criticado do país, foi eleito deputado, dando assim, seqüência à oligarquia familiar? Desliga isso e vai dormir! Amanhã tens que trabalhar no quadro para o concurso, passar no banco, falar com a Têre, procurar as notas fiscais do rádio que estragou, entregar o vídeo na locadora, não te basta?
Desligo o computador e me deito vestindo o blusão de lã de lhama. Em Erechim estamos a
Dezenove pessoas morreram e oitenta e oito ficaram feridas.
Isso é real ou pesadelo?
Vou escrever uma carta pedindo ao nosso Lula que seja mais pragmático em seus discursos, que se afaste deste menino...o Hugo Chávez... e que não esqueça de escovar os dentes antes de dormir...
Crônica que escrevi publicada na minha coluna no Jornal Diário da Manhã - Erechim RS, em 28/06/2003
Foto: Tartaruga Preocupada das Galápagos
Foto: Tartaruga Preocupada das Galápagos
quinta-feira, 7 de março de 2013
O Baú de Minha Avó
Minha mãe de vestido de bolinhas, e as amigas.
Minha avó e minha mãe saindo para
uma viagem para Ijuí.
Meu tio. Francisco, durante o serviço militar,
de Ijuí para Ajuricaba nos finais de semana:
"Visitar a mamãe".
Minhas tias. Irmãs de meu pai: Maria, Odete e Luiza, só conheci Luiza, a contadora de histórias.
Meu avô, pai de minha mãe, o Armindo, o mais alto do lado esquerdo
Primos: filhos da tia Inês, irmã da mãe: Marinês e Juarez
Primas: Filha da tia Julia, a Marlene,
e do tio Olindo, a Cledir.
Crisma da Clenir: prima
A foto moderninha: tio Henrique, filho do segundo casamento de meu avô paterno,
após a cerimônia religiosa de seu casamento com Cândida, saindo em comitiva de cavalarianos para o CTG onde ocorreu a festa .
Os noivos de carruagem aberta .
Este blog iniciou com uma postagem homenagem ao aniversário de casamento de meus pais,
portanto estas imagens, parte do baú de minha avó, que conservo, aqui, estão em casa.
domingo, 2 de dezembro de 2012
Mística
Jesus, no Evangelho de Lucas, diz:
"Se o teu olho estiver são, todo o teu corpo ficará também iluminado."
Qual será o significado desta declaração?
Basicamente que se nossa visão for do Uno, a Luz divina nos envolverá.
Seremos incorporados em Deus, assim como acontecia a Santa Teresa d'Ávila, durante seus êxtases.
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
Convite para a Exposição Jubileu de Prata na Assembléia Legislativa
Sob o convite do Dr. Emanuel Lauenstein von Massarani, o Salão de Arte de Pinheiros agora está em glamourosa montagem na Assembléia Legislativa.
Na foto, após a cerimônia de abertura, o presidente da Comissão Organizadora, João Belda, a artista Wanda, eu e Joseph, em frente ao quadro premiado da Wanda.
Este convite vai com carinho, e vou perguntar se fostes quando nos encontrarmos, olhe lá, quero comentários, críticas: comunicação, imprescindível para cientistas e artistas.
Abaixo, texto de minha autoria no catálogo do Salão deste ano:
domingo, 18 de novembro de 2012
Padre José Gabriel Funes - Vaticano
Abaixo, parte da interessante entrevista desenvolvida por Beatriz Merched (publicada HOme IG - Ciência, no dia 18/08/11), com o Padre José Gabriel Funes, Diretor do Observatório Astronômico do Vaticano:
IG: No que consiste sua pesquisa?
Padre José Gabriel Funes: Estudar galáxias que não estão há mais de 100 anos-luz, como se formam estrelas e novas galáxias. É um tema complexo, da atualidade e muito interessante.
iG: Como surgiu a astronomia na vida do senhor?
Padre José Gabriel Funes: Desde pequeno me senti atraído pelas estrelas. Quando o homem chegou à Lua, fiquei fascinado. E como era muito estudioso em física e matemática achei que poderia me dedicar ao estudo da Astronomia. Tinha grande curiosidade em entender o universo.
iG: O Vaticano interfere em suas pesquisas?
Padre José Gabriel Funes: Pelo contrário. Me dá grande apoio para realizar as investigações e também ajuda a promover eventos ligados à astronomia.
iG: O Papa acompanha o trabalho no observatório?
Padre José Gabriel Funes: Há cerca de 3 anos, pude explicar pessoalmente ao Papa Bento XVI como trabalhamos no observatório. Recentemente, o Santo Padre também nos visitou e quis ver nossa exposição de meteoritos.
iG: Ciência e religião podem caminhar juntos?
Padre José Gabriel Funes: Isso é perfeitamente possível. Pertencem à ordem da escola dos jesuítas tanto astrônomos, como físicos e matemáticos. Esse é um pequeno exemplo de como a Igreja sempre promoveu o desenvolvimento científico. Não existem contradições e oposições.
iG: Seus estudos afetam suas crenças religiosas?
Padre José Gabriel Funes: Não diretamente. O interesse científico é o que me motiva. Busco Deus em tudo o que faço e o encontro em minhas pesquisas também.
iG: A Igreja Católica já aceita a existência de vida extraterrestre?
Padre José Gabriel Funes: Não faço um pronunciamento oficial. Simplesmente, no meu ponto de vista, vejo que há a possibilidade de vida em outros planetas. E que isso não gera contradição alguma com a religião católica e com a crença na criação.
iG: Quem criou o Universo: Deus ou o Big Bang?
Padre José Gabriel Funes: É preciso explicar que o Big Bang é um modo de falar sobre a compreensão científica que temos da origem do Universo. E Deus está presente em tudo e em todos os momentos.
sábado, 17 de novembro de 2012
As Garantias da Fé - Por Dom Dadeus Grings
Maria não é a primeira a sabê-lo, mas também aquela que melhor vivenciou esta nova relação com o Pai, com o Filho, no mistério da encarnação, e com o Espirito santo que a santificou.
A primeira confirmação desta fé vem de Isabel. Maria foi visitá-la, recebe o elogio: "Feliz tu, que creste". Era a garantia da verdade da mensagem do anjo. O menino que Isabel trazia no sexto mês de gestação exultou de alegria.
A segunda confirmação vem de José. Ele a acolheu grávida, em sua casa, porque acreditou nela e na mensagem do anjo.
Agora Maria tinha mais uma garantia, profundamente significativa para ela. Se José não acreditasse nesta mensagem totalmente fora de qualquer esquema humano, ela estaria perdida. A fé dele a salvou, e mais uma vez, a confirmou na fé.
Ninguém mais que Maria consegue comprovar, pela própria vida, que a graça gera a fé, não só no seu início, mas também enquanto durar.
A fé é dom de Deus.
Por isso é fácil crer.
As pessoas mais simples são as que creem com mais facilidade e profundidade. Não há complicação na fé. Ela é límpida, transparente.
Difícil é não abrir-se à Palavra de Deus e não crer, vendo os sinais divinos que nos rodeiam.
Maria tem nova confirmação de sua fé no Natal de Jesus. Permanece virgem, Além disso no silêncio da noite, os anjos se encarregam dos convites. Anunciaram aos pastores a boa nova. Estes vieram para prestar a primeira homenagem da humanidade. Mais tarde chegaram também os magos do Oriente.
É que a natureza também anuncia o nascimento do Salvador.
Uma nova vida surgiu na terra. Está baseada na fé em Jesus Cristo.
Temos motivos sobejos de estar contentes.
Dom Dadeus é Arcebispo de Porto Alegre. O artigo foi extraído da sua coluna publicada no jornal O Sul(Rede Pampa de Comunicações) neste domingo, 11 de novembro de 2012 .
Foto: Jaquelina Soares
sábado, 3 de novembro de 2012
Ana Arcanjo
Quantos de nós cantam em público, afora o civismo que suscita, será por isso que cantar o hino é tão especial?
...
Sempre que levo meus filhos a algum lugar, vejo que percebam, aprendam algo novo. Acreditas que até agora não têm de cor, o nosso Hino Nacional?
O quê?
Contradições. Aberrações, truculência e desonestidade tratadas como se prática da política, fossem.
Expostas para quem quiser ver; no youtube, nos jornais, nas ruas, nas sinaleiras... o povo comenta, nas filas dos mercados as donas de casa revoltadas questionam...Documentos, provas publicadas...
Esse vídeo acima está no Youtube com 107431 visitas, já recebi de várias pessoas, fontes...almas turbadas pela indignação.
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