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sexta-feira, 1 de setembro de 2017

1° de Setembro de 2016 - Perseguição Política

"Você conhece bico, chupeta, daquelas de antigamente, aquelas que vinham em correntes douradas que brilhavam alaranjadas? Pois é! 
Nos últimos anos tenho estado tão encurralada e sofrendo tantas ameaças, que a única noite em que saía com a minha família -uma vez por ano - era na abertura do Salão de Pinheiros. 
Eu era participante Hors Concour. 
Nesta foto apareço com minha filha, na minha última participação através da minha obra Carbono 07 que foi exposta no Conjunto Nacional na Avenida Paulista, onde aconteceu o Salão daquele ano. 
Fazendo malabarismos mil, fiz, com minha família, uma bonita figura, apesar de estarmos todos vestidos com roupas e calçados de brechó, excetuado pelo meu sapato que foi um presente de aniversário que recebido meu filho, adquirido lá na 25 de Março, uma imitação de Lobotin que me garantiu imenso ódio, também, mas era lindo e amei e usei enquanto durou. 
Com a inveja de quem não consegue viver em paz, a gente, os iluminados têm que conviver. 
Ponto. 
Para aquela noite máxima anual, atravessei a rua da minha casa e numa lojinha que vendia livros incensos e roupas, também bijous, adquiri este colar por noventa e poucos pilas, é uma imitação muito bonita de ônix, uma pedra que me atrai muito, mas é plástico. De boa qualidade, como o mencionado pela  hippie do filme Volver de Almodóvar. 
Mas que barbaridade de agressividade que enfrentei por ele! Apesar de não poder usá-lo sem que os elos desenganchem constantemente, na corrente similar as chupetas de antigamente, é visto que faço uma bela figura com ele!
Poderia ter adquirido um aplique de nylon, fingindo cabelos rastafari, por trezentos reais, e estaria na moda e seria a boazinha consagrada, a mulher brasileira lutadora perfeita, poderia ter enrolado meu pescoço com uma e'xarpe de mau gosto, comprada a prestações em qualquer boutique da cidade, mas não. E então...?! 
E então o país educado pelo PT dá trabalho, emprego estável como educadora àquela artista que defecou na foto do Bolsonaro na Avenida Paulista, mas me encurrala e massacra, disseram que uma "jóia" assim não era para mim, que deveria devolver.
Como? 
Volver?
O país do Lula e da Dilma, que educou as crianças nas escolas para irem para a linha de frente agredir, depredar e lutar por eles como soldados infantis - a Dilma, que pagava cinco mil reais pelo corte de cabelo com o dinheiro do povo, a Dilma que sai por impeachment, mas sai por cima, com os direitos que não tem, garantidos. Inconstitucionais mas garantidos.
Eu poderia não estar tentando meu trabalho, poderia ter cedido às cooperativas de artistas, como muitos conhecidos meus, mas escolhi trabalhar escrevendo e alertando contra o comunismo que se instalava célere, escrever e lutar pelo que julgo correto, de graça e de colar de plástico, mas plástico do bom! 
Quando me fecharam todas as portas, e seria envenenada por um tratamento em um hospital público para tratar um falso câncer, tão falso quanto meu colar da discórdia, tive que largar tudo pelo que lutei, me prejudicar e à minha família, com uma mudança muito traumática, para unicamente sobreviver. 
E agora? 
Agora tenho esta linda foto de uma ocasião boa e bela, de autêntica convivência cultural no único bastião de resistência contra a ditadura cultural do PT de São Paulo, o Salão de Artes de Pinheiros, ele mesmo um mendigo de espaço para expor, pois a cada ano o espaço anterior lhe fechava as portas.
Dilma e seus asceclas facilitados pela estatura continental do Brasil, perpetraram uma ditadura silenciosa. Perseguiram e mataram os que não se antenaram a tempo das reais intenções do Voldemort Lula e da sua cobra Naguini. 
Naquela noite fomos de ônibus para o Salão, paramos na Cardeal Arco Verde, e em frente ao paradão havia uma adorável lanchonete que servia caldo de cana e pastel e eram boníssimos e deliciosos. 

Lanchamos e seguimos doces e felizes para o evento, que se estendesse em solenidades o quanto se estendesse, ainda que demorassem a  servir o coquetel depois dos pronunciamentos, não estávamos dependentes, Camille e Joseph encerraram a noite manjando um sorvete no Conjunto Nacional e, no final, havia a reserva para voltar de táxi, que onde morávamos não haveria ônibus àquela na hora que alcançássemos a conexão, sempre alegres e de bem com a vida.
Foi uma boa noite, fomos fotografados pelo Zaba, que prestigiou a abertura do salão e nossa família, Zizi não esteve presente por não estar na cidade."


Texto que escrevi e publiquei em minha página - Giane Pereira Soares - no Facebook em 1° de Setembro de 2016

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