Powered By Blogger

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Todos querem a mudança - O Tempo é Chegado

Porque me criei no Rio Grande do Sul, no interior, não vivi no foco da repressão mais intensa do governo militar. 
Ainda fico penalizada e assustada pela maneira preconceituosa como o pessoal do centro do país se porta e educa seus filhos em relação aos militares. Delicadamente, tenho comentado que tenho amigos militares que admiro e respeito, são  professores, historiadores, estudiosos e especialmente os cariocas, gente espiritualizada, de muito fino trato.
Mas conheço histórias dos que lutaram contra o regime, dos que foram na frente e foram pegos, como o emblemático Stuart Angel.
Se sobre ontem, lemos, somos informados, hoje testemunhamos criminosos que andam a ser privilegiados pelo atual sistema. 
O período do governo militar, pelos seus excessos é um assunto nevrálgico e triste como todo episódio em que há a cessação dos direitos constitucionais e abuso da violência. 
Os culpados pelos crimes daquela ou desta época não devem ser absolvidos sob pena da nódoa não ser removida do poder que foram criados para manter, cumprindo deveres legais e mantendo salva a livre expressão
Se somente simular as condições relatadas por quem viveu na área e na época de maior repressão já é deprimente, me pergunto o que faz com que os contemporâneos das atrocidades se calem. O mesmo velho calo, a mesma velha fraqueza:individualismo.
Pelo que sinto, ninguém sonha com melhorias que tenham como condição o retorno de um governo militar, muito menos os militares, os bons profissionais que conheço. 
Dias atrás passei para os amigos uma carta de um oficial reformado, que consternado com a situação em que o Brasil se encontra, devido a corrupção e desgovernos, se manifestou dizendo que se antes se manteve discreto, agora fará campanha aberta contra o partidão mar de lama. Sua carta chega encimada pela apresentação de outro militar, provavelmente na ativa, que diz: "Esta é a maior batalha sem uso de nenhum artefato bélico. Não somente nós, militares, mas todos os brasileiros insatisfeitos com as mentiras deslavadas, vamos usar apenas um tipo de arma, que causará em todos os enganadores do Brasil, ferimentos mortais. Esta arma é a mais simples de todas: o nosso voto. Vamos a luta, Brasil!"
Já o militar aposentado reclama do que reclamamos, e  finaliza:"Precisamos mostrar que temos força, não estamos mortos e eles passarão a se acautelar e nos enxergarão com o justo respeito e dignidade. Essa é a melhor forma... Vamos nos unir, não se acovardem...Votem em quem quiserem, exceto, apenas que não seja alguém do PT ou de seus aliados, pelo amor ao País, vamos impactar com o comodismo que domina o governo federal e mostrar que temos - junto com o povo que é sobreano - a maior força, da internet e do poder do voto.
Já passou da hora de virar a mesa!!!
 "O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que  observam e deixam o mal acontecer."
(Albert Einstein)
"Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo, mas posso fazer alguma coisa. E por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso"
Imediatamente alguém se manifestou escandalizado, sugerindo que o oficial reformado vestisse o seu pijama e fizesse o favor de não se manifestar. Escreve:"Quanta tristeza me abate ao ler tão medíocre texto, presunçoso e discriminatório. Existe mesmo algum militar desempregado? Suas filhas já estão casando? Ou abdicaram da pensão "eterna"...Não se trata de política partidária, mas sim de um sistema econômico/político falido. Tributos que nos esmagam, herança corrupta - uma sociedade que se edificou no jeitinho anti-ético, amoral e alienado."
Tem suas razões, na minha opinião, o que não exime os atuais governantes de suas responsabilidade pelo que acontece no nosso tempo.
É evidente que uma sociedade não é culpada, mas se torna cúmplice quando não possui mecanismos para evitar e combater os crimes, mas um partido ou corporação que não identificam nem punem integrantes, indivíduos ou facções que não agem dentro da justiça instituída, é culpada e condenável.
Quem pode condenar o juízo radical que generaliza nas acusações, como tem sido o caso dos familiares ou descendentes das vítimas de tortura? 
O maior descalabro, a origem do sopro infernal que a tudo deforma e desequilibra, põe-se em movimento  quando os responsáveis pela manutenção da seguridade física do indivíduo, tornam-se os violadores da mesma.
Na elucidação das Chaves das Parábolas Maçônicas, precisamente no relato da emboscada preparada contra Hiram, o arquiteto do Templo nomeado pelo Rei Salomão, no momento em que um dos três, o segundo atacante, Miphiboseth, golpeia Hiram com uma alavanca, Éliphas Lévi comenta:

"As reações populares contra a tirania, tornam-se da mesma forma, tirania e atentam mais fatalmente ainda contra o reinado da Sabedoria e da Virtude."
Obviamente se refere às ações violentas. Ao círculo infindável.


Penso que a interrogação, bifurcação vital, que fica é: 
Qual é a nossa posição diante da tortura, ainda hoje oficialmente praticada pelo homem universal contra o homem universal?


Foto: quadro que pintei em óleo sobre um desenho que Joseph fez aos 05 anos de idade

Nenhum comentário:

Postar um comentário