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domingo, 14 de outubro de 2018

A Escrita Maia Decifrada, Paul Arnold

"Rejeitando as referências à China, cuja língua e escrita me forneceram a chave, tentaram e continuam tentando enquadras a cultura maia numa autarquia mesoamericana, núcleo de civilização auto-emergente, que se desenvolveu por si só. Desprovidos de todo elemento de comparação, procuram desesperadamente mediante simples induções, a significação dos mais de setecentos sinais.  Assim, em que pesem esforços consideráveis e dignos de admiração, a decifração ão chegou  a fazer progressos, com exceção de alguns detalhes, cada proposição, sempre aleatória, levantou imediatamente inúmeras contestações.
Ignorando preconceitos, tentei primeiro uma comparação possível entre o chinês(língua clássica e viva, e a língua mais "comum", conforme a analisaram, valendo-se de métodos modernos, Maurício Swadesh, Maria Cristina Alvarez e Juan Alvarez Bastarachea.  O resultado foi brilhante, a estrutura do mais, originária e fundamentalmente monossilábica, como a do chinês em sua essência - e não me prendo aos esforços desprendidos pelos sinólogos para transformá-lo num idioma dissilábico segundo as tendências atualmente observadas-, a sintaxe maia, a multiplicidade das funções do vocábulo, a construção, peculiaridades sem outro exemplo, tala necessidade do especificador inserindo entre o nome e as coisas enumeradas, o sistema verbal, cuja característica não está nos tempos, mas nos modos de duração e habituais, enfim, as primeiras sondagens lexicológicas, tudo me levava a uma certeza; as duas línguas ou grupos de línguas acham-se estreitamente aparentadas. Existe uma família de línguas sino-maias cujas normas fonéticas ás vezes são fáceis de distinguir, independentemente das identidades totalmente preservadas.
é o que se dá com o maia lab("velho") e o chinês lao("velho"); maia lub("descer, cair") e o chinês luo("descer, cair"); maia tub("expectorar, espirrar") e o chines tuo("expectorar, espirrar"), etc., ou então, pela nasalização do k ou c final maia: maia muc("cobrir") e o chinês mung, meng("cobrir"); maia hak("assustar-se") e o chinês huang("assustado"); maia tzic("obedecer") e o chinês ting("obedecer"), e outros mais, com uma rara estabilidade semântica, apesar de uma separação de milênios."

do livro de Paul Arnold - A Escrita Maia Decifrada, publicado no Brasil pela Editora Hemus

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