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terça-feira, 29 de novembro de 2016

Belo Monte -Um monumento a insanidade

No município de Altamira, 785 crianças indígenas morreram durante a construção da Usina de Belo Monte em 2014.
Esta informação foi divulgada pelo Bispo do Xingu, Dom Erwin Krautler.
Setecentas e oitenta e cinco ciranças indígenas entre zero e cinco anos de idade morreram em um ano na região da construção da usina de Belo Monte. Entre outras faixas etárias há muita morte mais, mas...setecentos e oitententa e cinco pessoas recém nascidas, ou engatinhando, aprendendo andar e caminhar, a falar e interagir com mundo, nesta idade inicial, morreram no município de Altamira.
Também não canso de ler e entender a níveis cada vez mais profundos, o artigo do Walcir Carrasco "Ainda me espanto, onde ele escreve:"
Certa época eu morava em um predio no Leblon, no Rio de Janeiro, em frente ao mar. Dois apartamentos tinham pertencido a Georgina de freitas, a famosa fraudadora do INSS. Há um ano foram vendidos em leilão por cerca de R$5 milhões cada um. Perguntei a uma amigo, antigo morador, por que ela tinha dois.
-Ela usava um dos apartamentos só para dar festas, respondeu.
Não podia dar festas na casa dela? Quando a gente anda à noite, na orla do Leblon e Ipanema, onde estão os apartamentos mais caros do país, espanta-se com o número de andares apagados. Alguém me explicou que a maioria pertence a políticos que mal os usam. Compraram para lavar dinheiro. Não posso dar certeza desta informação, mas parece tão provável!
Um bom empresário com R$ 100 milhões na mão constrói uma empresa capaz de empregar milhares de pessoas. 
Mas esse dinheiro nos foi tirado, de R$ 100 em R$ 100. Travado o progresso do país. Eu tenho ações da Petrobrás, poucas. Milhares de trabalhadores, certa época, botaram o Fundo de Garantia nessas ações, atraídos pela promesa de lucros. Seu dinheiro virou pó. é justo?" 
Mas que baita reflexão!
O Bispo da Prelazia do Xingu e presidente do Conselho Indigenísta Missionário(CIMI), Dom Erwin Krautler viveu com escolta policial à paisana dia e noite nos últimos nove anos de sua missão. Em 2014 ele foi recebido pelo Papa Francisco na Casa de Santa Marta, onde vive o Papa, em Roma. Ao retornar ao Brasil deu uma entrevista escalerecedora a Bruno Calixto da revista Época. 
Como Wall-e, o robozinho abandonado em um planeta completamente contaminado, juntei esta revista em uma lixeira ao lado do Cartório de registros de Taquara, ia usar como forração para a Willow e para ascender a lareira no inverno, mas da pilha que juntei, selecionei muitas e estou lendo artigos muito interessantes, pasma de estranheza por ver tanto conteúdo esclarecedor entregue a um público desrespeitado pelas instituições e apático a ponto de não usar a ferramenta que lhe cai nas mãos para abrir  as janelas e deixar entrar luz neste país embolorado pela corrupção. 
Juntei meio envergonhada, havia um rapaz encostado ao muro que virou para me observar, mas pensei que aquele vexame era um momento e a coleta seria um benefício duradouro também ao meio ambiente, enfim, a gente encontra desculpas quando quer realmente economizar, reutilizar e acima de tudo se aquecer nas noites do longo inverno gaúcho. Deste modo, fique em paz, vem muito trechinho de Época por ai, salvei dois anos de assinatura!
Então, o jornalista Bruno Calixto, lá pelas tantas pergunta a Dom Erwin sobre sua conversa com o papa:
"O senhor falou sobre temas sociais e da Amazônia?
-Sim. O segundo tema é ligado aos povos indígenas. Falei ao papa que há uma campanha anti-indígena em curso. falei da proposta de emenda que quer mudar direitos indígenas já assegurados na própria Constituição Federal. Detalhei alguns pontos sobre a situação dos guaranis-kaiovás, em Mato Grosso do Sul. Eles enfrentam uma situação insuportável, muitas mortes, e sobre o Vale do Javarí, no Amazonas, onde os índios estão contaminados pelo pior tipo de vírus de hepatite, que não tem cura.
...
O terceiro ponto foi a ecologia. Não podemos deixar para as futuras gerações um deserto. O papa me disse que pensa numa encíclica não somente sobre ecologia, mas também sobre a ecologia humana. A gente não pode separa o meio ambiente do ser humano, também parte do meio ambiente.
O senhor falou de Belo monte com o papa?
- Sim, sim. Quando falamos da questão indígena e da questão da ecologia, falei de Belo Monte. Belo Monte é responsável agora pela trasferência de 40 mil pessoas. A maioria vivia em casas bem feitas, de alvenaria ou madeira. Poucos moravam em palafitas. olocam essa gente em casas feitas em série. Verdadeiras gaiolas, sem pensar na forma de o povo se relacionar. O paraense tem uma cultura de família não só com pais e filhos, mas também vovô, vovó, uma enteada, um parente de passagem, alguém que se hospeda. Nossas famílias são assim. onfnar essas famílias àquelas gaiolas é uma agressão tremenda. Claro que os contrutores dizem que é o melhor do mundo.
Essas casas são responsabilidade das empresas?
- O governo fecha os olhos e tapa aos ouvidos diante dos gritos. Antes de começar a hidrelétrica havia a exigência de cumprir condicionantes. O Ibama exigia 40 delas, a Funai 23. De repente deram a licença para instalar o canteiro de obras, e essas exigências não foram cumpridas. Querem cumpri-las concomitantemente com a obra. O que deveria ter sido feito em em termos de hospital, escola, saneamento básico, se faz agora, enquanto Altamira está um caos. tenho a impressão de que não terminarão de fazer tudo.
O senhor ainda acha que é possível parar Belo Monte?
-Não. O estrago já está feito. O que fazemos agora é lutar para que esse povo seja tratado humanamente.
O senhor já tentou dialogar com o governo sobre essa situação?
-Estive com o presidente Lula duas vezes em 2009. do que o Lula me prometeu, nada foi cumprido. Ele prometeu que não empurraria o projeto goela abaixo, que haveria diálogo. Não houve. Disse que não repetiríamos o monumento de insanidade que era Balbina, que o Brasil tem uma grande dívida para com os atingidos por barragens, e que essa dívida tem que ser paga. Quero ver onde já pagou. E disse que o projeto só sairia se fosse do agrado de todos. Isso é impossível. tudo o que ele falou foi simplesmente para agradar ao bispo. fiquei muito magoado."





segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Belo Monte violou direitos, mas enriqueceu muita gente

"Só realizei meu sonho de ter um teto lá pelos 40 anos, com a primeira peça de sucesso que escrevi. Uma cama entre nós com  a atriz Matilde Mastrangi, viajou cinco anos pelo país. Fiz uma boa casa na Granja Viana, em Cotia, São Paulo, avaliada hoje, em R $ i milhão e R4 1,5 milhão, no máximo. Talvez bem menos. Foi o resultado de cinco anos de sucesso de uma peça de teatro, algo raro no país. De repente, descubro que um funcionário de terceiro escalãao da Petrobrás, tinha R $ 100 milhões na conta bancária. Para a peça foi necessário uma equipe, envolvendo produção, atores, técnicos, direção e texto. Para o sujeito bastaram algumas assinaturas. Catou praticamente o quádruplo da tão sonhada Mega Sena. Depois leio que, para entrar na contrução da Usina de Belo Monte, acusa-se uma empresa de ter dado R$ 63 milhões em propinas. Só para entar? Então o que ela - todos - pretende lucrar com a negociata?
Eu não sei quanto ganham os autores de novela, meus colegas. Duvido que ao longo de uma vida de trabalho bem remunerado, mas árduo, que exige enormes sacrifícios na vida pessoal, algum tenha acumulado fortunas. Mas basta uma corrupçãozinha e o sujeito fica meilionário? Basta colher algumas assinaturas e está feito." 
Do artigo Walcir Carrasco, "Ainda me espanto", publicado na revista Época de 16 de marco de 2015, Walcir é autor de livros e novelas. 
Assim, conforme também o artigo da revista Valor Econômico, de 11 de novembro de 2016,"Neoenergia reconhece a perda por superfaturamento em Belo Monte", que você pode encontrar no Google digitando este título, foi sobejamente investigado e comprovado através de depoimentos, documentos e abertura de sigilos bancários, o esquema de propinas, sabe Deus onde poderia ser construída essa usina com menor dano ao ambiente e prejuízo e violência inenarrável aos índios e riberinhos, Deus sabe e deixa por nossa conta definir se era realmente imprescindível que fosse uma usina hidrelétrica, se não se poderia investir noutra modalidade de captação de energia de forma ecológica.
Nós sabemos, nos mobilizamos, protestamos, os índios foram a Brasília, São Paulo, gritando pelas ruas sua oposição e o mesmo assim Belo Monte saiu e já foi inaugurada.
Belo Monte é um estandarte do poder do povo em face a ganância dos políticos brasileiros que estiveram no período Lula/Dilma, entregue as suas paixões desenfreadas e convencidos de que não haveria consequências.
A Natureza depende de nós e nós somos passivos?
O projeto e o desfecho de Belo Monte são assombrosos.